segunda-feira, 5 de abril de 2010

Nada

Às vezes os dias são mesmo compridos. Às vezes morremos um bocadinho em cada dia. Às vezes os dias são mesmo uma grande merda.
Fazem-te acreditar em realidades que nunca serão verdade. Lutas desnecessariamente durante tempos sem fim, para depois tudo terminar com uma só palavra, com um só gesto… De nada serviu o que fizeste. E percebes isso da forma mais fria, mais dolorosa, mais cruel. Tentas encontrar respostas, mas a tua mente nem consegue fazer as perguntas. Tentas fugir, mas o teu corpo nem força tem para se mover. Tentas perceber o que está a acontecer, mas nem consegues ter um momento de coerência. Tentas desligar-te do mundo, mas ninguém se cala, ninguém sai. Tentas imaginar que não sentes nada, mas está ali, á tua frente, a prova do que sentes. Não podes fugir. Tens de ser tu a falar, tens de ser tu a decidir, tens de ser tu a fazer as perguntas, tens de ser tu a ouvir as respostas, tens de ser tu a andar, a sair e a ser educada. Tens de ser tu a conter as lágrimas e os gritos. Tens de ser tu a acalmar, a dar colo e a atenuar a dor, quando é a ti que mais te dói, quando és quem mais precisa de colo e de ser acalmada. Mas tens de ser tu.
Adormeces e acordas, entre a verdade e a imaginação, entre o medo e a dor, entre as pessoas e os objectos…para no fim voltar tudo ao mesmo. Não adianta nada do que tentas fazer, não adianta nada do que possas sentir, não adianta nada.

2 comentários:

  1. "Não me resta nada, sinto não ter forças para lutar
    É como morrer de sede no meio do mar e afogar
    Sinto-me isolado com tanta gente à minha volta
    Vocês não ouvem o grito da minha revolta

    Choro a rir, isto é mais forte do que pensei
    Por dentro sou um mendigo que aparenta ser um rei
    Não sei do que fujo, a esperança pouca me resta
    É triste ser tão novo e já achar que a vida não
    presta

    As pernas tremem, o tempo passa, sinto cansaço
    O vento sopra, ao espelho vejo o fracasso
    O dia amanhece, algo me diz para ter cuidado
    Vagueio sem destino nem sei se estou acordado

    O sorriso escasseia, hoje a tristeza é rainha
    Não sei se a alma existe mas sei que alguém feriu a
    minha
    Às vezes penso se algum dia serei feliz
    Enquanto oiço uma voz dentro de mim que me diz?


    Chorei
    Mas não sei se alguém me ouviu
    E não sei se quem me viu
    Sabe a dor que em mim carrego e a angústia que se
    esconde
    Vou ser forte e vou-me erguer
    E ter coragem de querer
    Não ceder, nem desistir eu prometo

    Busquei
    Nas palavras o conforto
    Dancei no silêncio morto
    E o escuro revelou que em mim a Luz se esconde
    Vou ser forte e vou-me erguer
    E ter coragem de querer
    Não ceder, nem desistir eu prometo

    Não há dia que não pergunte a Deus porque nasci
    Eu não pedi, alguém me diga o que faço aqui
    Se dependesse de mim teria ficado onde estava
    Onde não pensava, não existia e não chorava

    Prisioneiro de mim próprio, o meu pior inimigo
    Às vezes penso que passo tempo demais comigo
    Olho para os lados, não vejo ninguém para me ajudar
    Um ombro para me apoiar, um sorriso para me animar

    Quem sou eu? Para onde vou? De onde vim?
    Alguém me diga porque me sinto assim
    Sinto que a culpa é minha mas não sei bem porquê
    Sinto lágrimas nos meus olhos mas ninguém as vê

    Estou farto de mim, farto daquilo que sou, farto
    daquilo que penso
    Mostrem-me a saída deste abismo imenso
    Pergunto-me se algum dia serei feliz
    Enquanto oiço uma voz dentro de mim que me diz?

    Chorei
    Mas não sei se alguém me ouviu
    E não sei se quem me viu
    Sabe a dor que em mim carrego e a angústia que se
    esconde
    Vou ser forte e vou-me erguer
    E ter coragem de querer
    Não ceder, nem desistir eu prometo

    Busquei
    Nas palavras o conforto
    Dancei no silêncio morto
    E o escuro revelou que em mim a Luz se esconde
    Vou ser forte e vou-me erguer
    E ter coragem de querer
    Não ceder, nem desistir eu prometo

    Tento não me ir abaixo mas não sou de ferro
    Quando penso que tudo vai passar
    Parece que mais me enterro
    Sinto uma nuvem cinzenta que me acompanha onde estiver

    E penso para mim mesmo será que Deus me quer
    Será a vida apenas uma corrida prá morte
    Cada um com a sua sina, cada um com a sua sorte
    Não peço muito, não peço mais do que tenho direito

    Olho para trás e analiso tudo o que tenho feito
    E mesmo quando errei foi a tentar fazer o bem
    Não sei o que é o ódio, não desejo mal a ninguém
    Ha-de surgir um raio de luz no meio da porcaria

    Porque até um relógio parado está certo duas vezes por dia
    Vou-me aguentando
    A esperança é a última a morrer
    Neste jogo incerto o resultado não posso prever

    E quando penso em desistir por me sentir infeliz
    Oiço uma voz dentro de mim que me diz
    Mantem-te firme"


    Mantém-te firme.

    Vou tentar ouvir-te sempre que estiveres a chorar.

    Amo-te.

    ResponderEliminar
  2. Não percas a força.
    Terás sempre quem te ouça chorar.

    ResponderEliminar