São muitas as vezes em que me fazes acreditar num sonho, num mundo só nosso. E eu sou realmente feliz. Sem reservas, sem medos, sem pensar. Sou eu, e por ser eu, sou imensamente feliz. Porque te amo. Porque me amas. Porque existem momentos em que não precisamos de mais nada para além desse amor. Para além dos olhares, dos gestos, das palavras. Para além dos lugares de sempre e dos momentos inesperados. Para além da partilha e da dedicação.
Mas há momentos em que me destróis. Confundes-me, baralhas-me, pões-me em causa. Magoas verdadeiramente, e sem nenhum amor.
Paro. Respiro. Olho á minha volta. Reflicto. Penso. Desespero. Interrogo-me: Como é que alguém que ama exige tanto, sem se dar conta? Como é que alguém que ama nos deixa num farrapo humano? Como é que alguém que ama destrói tanto do que temos de bom?
E então, mesmo sem querer, em pleno desespero, vou fugindo devagarinho. Quase em eu própria dar por isso. Regresso por breves momentos, para depois voltar a fugir. Cobardia, em pleno, a minha.
O amor nem sempre chega. O amor não gera respeito, compreensão, e sinceridade como nos fazem acreditar.
Quando eu conseguir, regresso. Volto a ser eu e volto a ser imensamente feliz. Não por ti, não por mim. Por nós.