quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Segundos.

Há sempre um momento em que volto ao ponto inicial. À estaca zero, ao momento em que tudo começou, mesmo que não saiba exactamente quando foi isso. Percorra eu os quilómetros que me puserem à frente. Avance eu até ao infinito. Num só segundo, sem saber como, estou de novo a sentir tudo como no primeiro momento.
E o mais interessante: sem nenhuma defesa, nenhuma estratégia, nenhuma aprendizagem, nenhuma solução. Como se na realidade, não tivesse mesmo percorrido quilómetros ou avançado no tempo.
O que eu quero dizer, é que quando uma coisa te marca verdadeiramente, aquele verdadeiramente que muda a tua vida, nunca, mas nunca mesmo, nada voltará a ser como antes. Quando te obrigam a alterar todos os teus hábitos. Quando és punido por fazeres aquilo que mais gostas. Quando nem o toque do despertador é igual. Quando o sorriso de quem mais amas te faz chorar. Quando tudo fazes para falhar, mas mesmo assim falhas. Quando sentes em cada acção uma limitação. Quando todos os dias há mais uma dificuldade. Quando fechas os olhos, na esperança de que tudo acabe por fim. Quando te odeias a ti próprio por seres como és. Quando a revolta grita mais alto que tu. Quando sentes que tudo o que constróis é em vão. Quando sentes que o mundo te foge. Quando te apetece gritar, mas já nem para isso há coragem. Quando as pessoas te fazem perguntas que nunca imaginarias ter de responder.
É porque tudo mudou, para sempre.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ruído

Porque é que às vezes, na maioria delas aliás, não consigo ralhar? Porque é que não reajo? Porque é que não falo?
Mesmo quando já não consigo ouvir nem mais uma sílaba. Mesmo quando dentro de mim está a crescer um furacão. Mesmo quando só tenho vontade de gritar “Pára!”, ou “Cala-te!”, ou “Chega!”, ou “Não é nada disso!” Mesmo quando as lágrimas já balançam nos meus olhos.
Porquê? Porque é que não faço nada? Porque é que procuro dezenas de estratégias por minuto para me controlar, em vez de agir?
Porque é que só grito, ralho, reclamo, defendo, depois de me destruir?

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Uma das melhores coisas do mundo é aquilo que sentimos. Aquilo que sentimos por fora, que os nossos cinco sentidos nos permitem sentir…O cheiro, forte, fraco, mais intenso, mais próximo ou mais longe. O ar que entra e nos domina, mesmo que por meros segundos, milésimos de segundos… mesmo que não saibamos definir, sabemos como é. As imagens que os nosso olhos captam, e que surgem tão rapidamente, tão inesperadamente, que deveria ser permitida a existência de uma qualquer forma de pausa, para que não nos escape nenhum pormenor, para que todas as imagens nunca mais se apaguem.
Deveríamos poder reter, não só todas as imagens, sabores, toques, mas também as sensações que todos eles nos dão. Deveríamos poder guardar um bocadinho de tudo, porque aquilo que sentimos será sempre momentâneo, e depois foge á velocidade do vento.
E eu gostaria de saber viver melhor, para conseguir perceber a importância de tudo o que sinto, de tudo o que cheiro, provo, toco…vejo. Para que nunca mais nada se apagasse.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Um Objectivo Por Mês

Objectivo (Setembro): Acreditar.