sábado, 28 de novembro de 2009

Gosto Tanto!

Hoje acordei com beijinhos. Beijinhos com cheiro a cereais. Vesti o meu robe e calcei as pantufas. Na cozinha, parecia que estava a minha espera, café e pãozinho quentinho. E o jornal Expresso...prontinho para me fazer despertar para a realidade do meu mundo.
O resto do dia pode resumir-se muito facilmente: eapalhei os meus papéis pela mesa da sala, liguei o computador, acendi a lareira, continuei com o pijama, o robe, as pantufas...e trabalhei, entre o computador e a internet, enquanto recebia beijinhos e abraços que só os irmãos mais novos sabem dar!
Porque há coisas que só a casa dos pais é capaz de dar :)

sábado, 21 de novembro de 2009

O Elefante Acorrentado

— Não consigo — disse-lhe. — Não consigo!

— Tens a certeza? — perguntou-me ele.

— Tenho! O que eu mais gostava era de conseguir sentar-me à frente dela e dizer-lhe o que sinto… Mas sei que não sou capaz.

O gordo sentou-se de pernas cruzadas à Buda, naqueles horríveis cadeirões azuis do seu consultório. Sorriu, fitou-me olhos nos olhos e, baixando a voz como fazia sempre que queria que o escutassem com atenção, disse-me:

— Deixa-me que te conte…

E sem esperar pela minha aprovação, o Jorge começou a contar.

Quando eu era pequeno, adorava o circo e aquilo de que mais gostava eram os animais. Cativava-me especialmente o elefante que, como vim a saber mais tarde, era também o animal preferido dos outros miúdos. Durante o espectáculo, a enorme criatura dava mostras de ter um peso, tamanho e força descomunais… Mas, depois da sua actuação e pouco antes de voltar para os bastidores, o elefante ficava sempre atado a uma pequena estaca cravada no solo, com uma corrente a agrilhoar-lhe uma das suas patas.

No entanto, a estaca não passava de um minúsculo pedaço de madeira enterrado uns centímetros no solo. E, embora a corrente fosse grossa e pesada, parecia-me óbvio que um ani­mal capaz de arrancar uma árvore pela raiz, com toda a sua força, facilmente se conseguiria libertar da estaca e fugir.

O mistério continua a parecer-me evidente.

O que é que o prende, então?

Porque é que não foge?

Quando eu tinha cinco ou seis anos, ainda acreditava na sabedoria dos mais velhos. Um dia, decidi questionar um professor, um padre e um tio sobre o mistério do elefante. Um deles explicou-me que o elefante não fugia porque era amestrado.

Fiz, então, a pergunta óbvia:

— Se é amestrado, porque é que o acorrentam?

Não me lembro de ter recebido uma resposta coerente. Com o passar do tempo, esqueci o mistério do elefante e da estaca e só o recordava quando me cruzava com outras pessoas que também já tinham feito essa pergunta.

Há uns anos, descobri que, felizmente para mim, alguém fora tão inteligente e sábio que encontrara a resposta:

O elefante do circo não foge porque esteve atado a uma estaca desde que era muito, muito pequeno.

Fechei os olhos e imaginei o indefeso elefante recém-nascido preso à estaca. Tenho a certeza de que naquela altura o elefantezinho puxou, esperneou e suou para se tentar libertar. E, apesar dos seus esforços, não conseguiu, porque aquela estaca era demasiado forte para ele.

Imaginei-o a adormecer, cansado, e a tentar novamente no dia seguinte, e no outro, e no outro… Até que, um dia, um dia terrível para a sua história, o animal aceitou a sua impotência e resignou-se com o seu destino.

Esse elefante enorme e poderoso, que vemos no circo, não foge porque, coitado, pensa que não é capaz de o fazer.

Tem gravada na memória a impotência que sentiu pouco depois de nascer.

E o pior é que nunca mais tornou a questionar seriamente essa recordação.

Jamais, jamais tentou pôr novamente à prova a sua força…

— E é assim a vida, Damião. Todos somos um pouco como o elefante do circo: seguimos pela vida fora atados a centenas de estacas que nos coarctam a liberdade.

Vivemos a pensar que «não somos capazes» de fazer montes de coisas, simplesmente porque uma vez, há muito tempo, quando éramos pequenos, tentámos e não conseguimos.

Fizemos, então, o mesmo que o elefante e gravámos na nossa memória esta mensagem: «Não consigo, não consigo e nunca hei-de conseguir.»

Crescemos com esta mensagem que impusemos a nós mesmos e, por isso, nunca mais tentámos libertar-nos da estaca.

Quando, por vezes, sentimos as grilhetas e as abanamos, olhamos de relance para a estaca e pensamos:

Não consigo e nunca hei-de conseguir.

O Jorge fez uma longa pausa. Depois, aproximou-se, sentou-se no chão à minha frente e prosseguiu:

— É isto que se passa contigo, Damião. Vives condicionado pela lembrança de um Damião que já não existe, que não foi capaz.

»A única maneira de saberes se és capaz é tentando novamente, de corpo e alma… e com toda a forca do teu coração!

Jorge Bucay

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Eu gosto de sonhar!

“O meu sonho era ir ao futuro ver como eu e os meus amigos seríamos” Mafalda, 6 anos.

“O meu sonho era ter um cão lavrador preto.” Maria, 8 anos.

“Ontem sonhei que era modelo e que estava a desfilar na “passerela”.” Natacha, 8 anos.

“O meu sonho era ser dono de mil lojas de brinquedos.” João, 8 anos.

“O meu sonho é ser cantora e aparecer na televisão” Joana, 7 anos.

“Quando tenho sonhos, o barulho das ondas ajuda-me a adormecer.” Maria, 10 anos.

“O meu sonho favorito era ser cavalo marinho.” Sara, 8 anos.

“O meu sonho era que os mares estivessem limpos.” Beatriz, 6 anos.

É fácil não é?

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Um Objectivo por Mês

Objectivo (Novembro): Um conselho é um conselho e não uma exigência. E ninguém tem o direito de me cobrar o seu "seguimento".