quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Segundos.

Há sempre um momento em que volto ao ponto inicial. À estaca zero, ao momento em que tudo começou, mesmo que não saiba exactamente quando foi isso. Percorra eu os quilómetros que me puserem à frente. Avance eu até ao infinito. Num só segundo, sem saber como, estou de novo a sentir tudo como no primeiro momento.
E o mais interessante: sem nenhuma defesa, nenhuma estratégia, nenhuma aprendizagem, nenhuma solução. Como se na realidade, não tivesse mesmo percorrido quilómetros ou avançado no tempo.
O que eu quero dizer, é que quando uma coisa te marca verdadeiramente, aquele verdadeiramente que muda a tua vida, nunca, mas nunca mesmo, nada voltará a ser como antes. Quando te obrigam a alterar todos os teus hábitos. Quando és punido por fazeres aquilo que mais gostas. Quando nem o toque do despertador é igual. Quando o sorriso de quem mais amas te faz chorar. Quando tudo fazes para falhar, mas mesmo assim falhas. Quando sentes em cada acção uma limitação. Quando todos os dias há mais uma dificuldade. Quando fechas os olhos, na esperança de que tudo acabe por fim. Quando te odeias a ti próprio por seres como és. Quando a revolta grita mais alto que tu. Quando sentes que tudo o que constróis é em vão. Quando sentes que o mundo te foge. Quando te apetece gritar, mas já nem para isso há coragem. Quando as pessoas te fazem perguntas que nunca imaginarias ter de responder.
É porque tudo mudou, para sempre.

1 comentário:

  1. Uma caminha prevê avanços, recuos e paragens para descansar. Confio na tua força. Confia também. Por muitas rasteiras que ela te passe.

    Passo a passo. De mão dada com o equilibrio.

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