quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Segundos...

O amor será sempre fugaz. Demasiado fugaz para o conseguirmos dominar. O amor será sempre um sentimento por definir e por alcançar. Porque falta sempre alguma coisa. Porque nunca apreendemos tudo o que necessitamos. Porque o amor é uma necessidade á qual ninguém sabe verdadeiramente responder.
Por vezes assustas-me. Faz-me lutar por algo que, sei, já perdi. Fazes-me sonhar por um pesadelo. Fazes-me voltar a trás, no caminho para o futuro. Por vezes sinto-me verdadeiramente envolvida. Perdida nos quilómetros em que navego, somente para chegar até ti. Apenas porque sei que te encontrarei no fim, mesmo que tudo não dure mais do que escassos segundos. Os segundos em que o mundo se encaixa todo no teu olhar, nas tuas mãos, na tua voz. Os segundos que alteram o meu rumo, mesmo que sejam apenas segundos. Banais, simples, únicos, valiosos segundos, em que o meu mundo é um local mágico e especial. Segundos antecipados por ansiedade, vividos de forma fugaz, seguidos de melancolia.
Não me importo. Nunca me importei. Não me importarei.
Existem alturas em que a estabilidade e a serenidade perdem a batalha. Existem momentos, mesmo que sejam segundos, que me fazem feliz durante meses, anos talvez. Apenas por recordá-los, apenas porque um dia existiram.
Viver não é existir. É saber existir.
E que não me digam que todo este sentimento é a minha veia de sonhadora a falar. Que é a felicidade, se não um conjunto de segundos como estes? Que é a felicidade, se não uma construção permanente, em tudo o que viemos e sentimos? Que é a felicidade, se não um coração cheio de coisas banais, simples, únicas, que se tornam especiais e com valor, por serem assim mesmo?
Não é nada. É uma procura constante, um desassossego inseguro que não sabe mais o que deseja.

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