sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Emocional...Racional...

Esbocei um leve e forçado sorriso. Passados alguns minutos fiquei de novo sozinha na mesa. Queria mesmo fechar os olhos e esquecer por momentos o meu dia.
Quando as luzes já têm muita luz, os barulhos já fazem muito barulho, as pessoas já são uma multidão, é sinal que foi um dia verdadeiramente inesperado, confuso e esgotante. Nem sei muito bem porquê. Talvez só não me sinta satisfeita comigo mesma, e isso muda tudo. Tudo mesmo.
Não consigo fazer para o meu pensamento. Incomoda-me o simples facto de saber que estou a pensar. Porque a seguir ao pensar, vem quase sempre o sentir. E eu não quero sentir. Não agora. Sentir é uma espécie de prova de que somos humanos. Um indivíduo que não exprima qualquer tipo de emoção não é considerado humano, no verdadeiro sentido da palavra, pelo menos na sociedade em que me habituei a viver.
Não gosto de não sentir. Mas muitas vezes é necessário fazê-lo, por uma questão de sobrevivência emocional. Fui-me treinando no que toca á resistência emocional, e nos últimos tempos tenho feito alguns progressos, mas ainda tenho de percorrer muito até chegar á perfeição, se é que ela existe. No fundo, trata-se de sentir somente quando é estritamente necessário e completamente inevitável. Todos os outros momentos devem primar pelo controlo e pela consciencialização de que uma emoção demasiadamente exagerada, colocará em causa a minha, tão prezada, protecção emocional, por assim dizer.
Consciencialização é mesmo o acto mais importante. Consciencialização do que sinto, do que sou, do que quero, da realidade que me envolve… Consciencialização de que preciso de me salvaguardar, mais do que salvaguardar tudo o resto.
Não fujo nem me escondo. Enfrento sempre que necessário, mas para o fazer não preciso de exercer a minha veia sentimentalista. Nunca saberei se estarei a agir do modo correcto, mas entre o sentimentalista e o racional, o racional sempre. Porque este continua a sentir, mas nos momentos apropriados, e o sentimentalista, com o decorrer do tempo, deixará de utilizar a razão.

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